Como em quase todas as viagens e mais concretamente numa peregrinação há coisas que levámos a mais e outras que devíamos ter levado e não levámos. Assim, aqui deixo uma lista dos items:
- O guarda-chuva. Não choveu, nunca usei nem para tapar o sol. Se fosse hoje levaria um casaco impermeável dentro da mochila.
- A garrafa de água. Nunca usei nem senti necessidade de usar. Em alternativa levaria uma caneca de plástico e prendia com um carabiner à mochila. È mais cómodo beber água das fontes assim do que à mão.
- Um livro. Devia ter levado um de casa. No Caminho tive de comprar um para ocupar o tempo livre nos albergues.
- A almofada e a esteira de campismo. A almofada nunca usei. A esteira usei duas vezes mas podia ter passado sem usar. Quando me sentia cansado e o corpo pedia para me deitar a descansar, a mente ordenava para continuar e chegar ao albergue.
- Um cilindro para guardar a compostela. Agora já tenho um e levarei numa próxima peregrinação.
Em relação à estadia nos albergues portugueses é necessário telefonar a avisar com antecedência, o que consegui fazer em quase todos. A quantidade de peregrinos no Caminho é bastante diminuta. Desde o começo em Viseu até chegar à Via da Prata foi uma caminhada em solitário, tanto no terreno como nos albergues. Creio que isto se deve à sinalização do Caminho ser recente (2013) e muita gente ainda desconhecer esta alternativa ao mais procurado Caminho Central Português.
Em todos os albergues fui muito bem recebido e não tive de esperar mais de 10 min para me virem abrir a porta. Sendo a reconversão dos albergues recente encontrei condições excepcionais. Vezes ouve em que me senti como se num mini-hotel estivesse.
Os serviços nas localidades servem para fazer todas as refeições. Há cafés, mercearias e restaurantes. É só procurá-los.
Fazendo um comparativo com o Caminho Central desde o Porto (a parte que conheço) devo dizer que gostei mais deste. Pareceu-me que tem mais zonas de natureza. No entanto, este é sem dúvida mais difícil, muito devido aos declives do Alto Douro Vinhateiro.
A sinalização está de um modo geral boa. Poucas vezes me perdi e quando aconteceu foi por falta de atenção minha. Na passagem pelas cidades perdi a sinalização quase sempre. Até em Santiago aconteceu. Nestas alturas valeu-me o track no GPS.
Levava a parte portuguesa do caminho bem planeada com notas sobre os albergues e seus contactos, a distância entre eles e a restauração existente, que retirei do site do Caminho do Interior. No entanto, em relação à parte espanhola apenas levava as localidades em que existia albergue. O mapa que a Protección Civil me deu em Laza passou a ser a minha referência. Se fosse hoje levaria de casa a parte da Via da Prata mais planeada. Saber a distância entre albergues é essencial.
Os dois últimos dias para fazer 30km. Olhando agora para trás acho que devia ter feito em apenas 1. Dormiria no Monte do Gozo e apanharia o autocarro das 10H no dia seguinte.
Devia ter planeado melhor o regresso a Portugal. Isto pode traduzir-se num dia a mais ou não em Santiago.
O balanço geral é bastante positivo. Perdi 5 kg mas ganhei uma experiência para a vida. ULTREYA!
O album completo:
Caminho Português do Interior |