O dia acordou envolto em névoa matinal, comum nestas zonas de rio. Hoje estava destinado ser o dia dos azares. Depois da passagem por Janeiro de Baixo, cheguei a uma bifurcação, onde havia marcação de GR para a esquerda e em frente ao fundo dava para ver um poste, mas devido à neblina não distingui o seu significado. Confiante que a continuação só podia ser para a esquerda, foi por aí que enveredei. Achei estranho o aspecto das placas ter mudado e serem mais antigas, mas atribuí a isso talvez terem sido implementadas por outra entidade. Afinal continuava num trilho de GR e parecia estar tudo bem. Foi quando a rota se começava a afastar do rio que me questionei que talvez estivesse a ir na direção errada. Depois de reflectir e rever as fotos tiradas às placas nessa manhã, cheguei à conclusão que estava a seguir a GR-21 Rota das Aldeias do Xisto.
Sinaléctica em Janeiro de Baixo |
Tinha de voltar atás e para encurtar a distância planeei uma rota por estrada até ao local onde julgava que tinha ocorrido o engano. Foram 2 horas queimadas. O meu palpite veio a confirmar-se. O poste que me tinha escapado era o de caminho correcto da GRZ.
Sabia que a GR-21 estava implementada em algumas zonas, como por exemplo na Ferraria de São João, mas não contei que estivesse aqui também. Bem, adiante...
Janeiro de Cima era o meu próximo objectivo. E não contava que houvesse duas opções para lá chegar. À entrada da ponte que dá para esta povoação, segui a placa que dizia GR-33 em vez da GR-33.3 , desconhecendo o porquê de haver duas continuações.
Qual escolher: GR-33 ou GR-33.3 ? |
Segui alguns minutos por estrada de terra e depois comecei uma descida em direcção ao rio. Aqui existe um abrigo com bancos e mesa. Muito bom para um piquenique.
Descendo para Janeiro de Cima |
Foi onde tive uma visão altaneira sobre Janeiro de Cima que me fez ficar em contemplação algum tempo.
Janeiro de Cima |
Chegado à margem do rio, deparo-me com o seguinte cenário. Havia uma série de pilares de cimento em direcção à outra margem mas não havia ligação entre eles. Bonito!!! Toca a voltar a trás. Já sabem, nos meses de Inverno sigam a placa que diz GR-33.3 . Este foi o primeiro troço com alternativa que encontrei. Acho que se devem ao forte caudal que o rio tem nos meses de chuva. Melhor assim, a segurança em primeiro lugar. Não lembra a ninguém termos de levar um barco para atravessar um rio.
Por incrível que pareça é isto que acontece na GR-38 Por montes e vales de Arouca onde na zona do vau só atravessamos o Paiva se tivermos um barco, o que me obrigou a fazer um desvio de 20km.
As paisagens da mais altíssima qualidade continuavam a suceder-se e pude avistar diversa fauna: garças, patos-bravos, corvos. Lontras é que nem vê-las.
Meandros do Zêzere |
Na zona envolvente de Janeiro de Cima existe uma série de percursos parcamente assinalados e que partilham com a nossa Grande Rota. As aldeias de Alqueidão e Dornelas do Zêzere eram o meu próximo objectivo.
Da parte da tarde começou a aparecer-me uma dor no pé direito, mas que não me impedia de caminhar.
Antes de chegar a Alqueidão passei por um dique magnífico pois nesta altura do ano o rio vai caudaloso e rápido para escoar as águas da chuva dos últimos dias.
Alqueidão já se avista (e o fumo das lareiras também) |
Era com estas visões que terminava o meu 2º dia a pé pela GRZ. Contas feitas, tinha caminhado 29,4 km mas apenas 14,6 eram da GRZ. Espero que amanhã me corra melhor o dia.
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