segunda-feira, 11 de maio de 2015

GR-44 Grande Rota da Prata e do Ouro

Era o único dos percursos pedestres do município do Sardoal que me faltava fazer e na dia 8 de Maio compareci no ponto de partida desta grande rota, que fica no exterior do Centro Cultural Gil Vicente. Tinha sido inaugurada no fim-de-semana anterior e é uma aposta conjunta das câmaras do Sardoal e Vila de Rei para dinamizar o turismo de natureza nestes concelhos.


Trata-se de um percurso linear com cerca de 28km de traçado principal e 3km de desvio ao posto de observação. Na vila do Sardoal tem uma curta passagem por ruas para depois entrar em estradas de terra secundárias. Andreus é a primeira povoação em que passo.

Andreus
Continuo pelas estradas florestais e de acesso aos campos agrícolas até ao Mivaqueiro. Em todas estas aldeias há fontes recuperadas. Existe até a Rota dos Cântaros e Cantos, percurso rodoviário que liga cerca de 30 fontes e que por aqui passa.


À saída de Santiago de Montalegre existe um painel a assinalar início alternativo do percurso. Depois saímos do asfalto para o mato e subimos até às minas de prata romanas de Santiago de Montalegre.


Estão identificadas 6 minas e devidamente protegidas para a segurança dos visitantes. São buracos escavados quase a pique e de altura considerável. Toda a flora da zona envolvente e acessos foi desbastada para permitir a melhor circulação dos pedestrianistas. Foi feito um óptimo trabalho.


São também visíveis outros buracos mais pequenos que serviam para ventilação e iluminação das minas. Consultei o mapa no painel informativo e fui explorar o local e ver os outros poços. Senti-me a viajar no tempo e a imaginar como seria a extração do minério aqui. Devia ser trabalho árduo, talvez até feito por escravos!
Continuando por pinhais e eucaliptais com fetos nesta altura do ano, fiz o desvio até ao posto de observação. Daqui alcançam-se boas paisagens onde o pinheiro é a árvore dominante. Valeu a pena!

Vista desde o posto de observação
Em Codes passamos pelo Centro de Férias de Codes, um dos pontos de interesse assinalados no folheto da rota. Pouco depois surge outro ponto de interesse: a ponte medieval. É uma ponte larga com 2 faixas de rodagem, mas com a parte sobre a ribeira já destruida.


Segundo diz o painel informativo fazia parte da antiga N2.
Depois da ponte seguimos por um trilho na margem esquerda da ribeira de Codes a meia encosta. 


Passamos a ponte de Codes e descemos à esquerda por umas escadas até um moinho e depois seguimos pela margem direita da ribeira até ao Penedo Furado. Passa-se por galerias ripícolas e trilhos abertos por entre a flora da margem. Uma verdadeira delícia percorrê-los e um hino à natureza. Espero que assim continuem por muitos anos, limpos e em bom estado. 
Nesta zona vê-se também sinalização de outra rota: a Grande Rota do Zêzere ou GR-33, que tarda em ser inaugurada.


Passo pela praia fluvial do Penedo Furado, nesta altura ainda vazia, mas que no Verão convida a um bom mergulho. Mais à frente atravesso uma ponte de madeira construída de propósito para esta rota.


Este castelo natural que é o Penedo Furado tornou-se um ponto fulcral para os percursos pedestres, senão vejamos: passam aqui 2 grandes rotas: GR-44 e GR-33 e 2 pequenas rotas: PR-3 VLR e Rota das conheiras, também de Vila de Rei.


Depois de passar a ponte começo uma subida que mais parece de escalada. Subo aos ss até chegar a uma estrada de terra de onde se tem uma vista espectacular sobre um dos braços de rio da albufeira de Castelo de Bode.

Rio Zêzere
A aldeia da Cabecinha era o meu próximo objectivo. Na sua proximidade existe uma conheira. Nesta zona são comuns estes montes de pedras, vestígios da exploração do ouro nas ribeiras no tempo dos Romanos.

Cabecinha
A rota percorre a aldeia em toda a sua extensão. Uma das suas atracções é a sua capela.
Continuando em direcção a Vila de Rei, a Grande Rota partilha o trilho com o PR1-VLR, ou seja o famoso trilho das cascatas.


A cascata dos Poios estava com um bom caudal para esta época do ano. A passagem por esta zona é feita com a ajuda de cordas de aço presas à rocha.

Cascata dos Poios
Esta é uma zona muito exigente fisicamente com sucessiva subidas na rocha. O percurso entra depois em Vila de Rei, terminando na Câmara Municipal, mas onde não encontrei painel de início de rota.
O track GPS que usei foi este:



Por precaução levei também o track da CM do Sardoal.

GR-44 Grande Rota da Prata e do Ouro

Para terminar deixo-vos com um excerto do folheto da rota:
"Qualquer que tenha sido o sentido do percurso tomado, à chegada, é natural que o cansaço se faça sentir, mas a satisfação e a riqueza da experiência vivida compensará tudo o resto, não fosse esta a Grande Rota da Prata e do Ouro."
Até à próxima Grande Rota!

sexta-feira, 1 de maio de 2015

GR-26 Terras de Sicó - Epílogo

Em jeito de balanço final ficam alguns dados do percurso:

Distância: 187.05 km
Desnivel acumulado: 4645 m
Altitude máxima: 545 m
Altitude mínima: 52 m

No que ao BTT diz respeito digo o seguinte: 
- todo o traçado é transitável de bicicleta, embora nalguns pontos seja mais sensato desmontar e levar à mão.
- creio ser viável fazer a rota em 2 dias bem preenchidos, desde que haja preparação física para fazer 90km/dia. O ideal será fazer em 3 dias.
- Pombal é um bom ponto de partida por ter ligação à rede expressos e comboios.

A GR-26 Terras de Sicó está assim completa: