sábado, 6 de dezembro de 2014

Grande Rota do Zêzere - 2ª parte - Dia 2

O dia acordou envolto em névoa matinal, comum nestas zonas de rio. Hoje estava destinado ser o dia dos azares. Depois da passagem por Janeiro de Baixo, cheguei a uma bifurcação, onde havia marcação de GR para a esquerda e em frente ao fundo dava para ver um poste, mas devido à neblina não distingui o seu significado. Confiante que a continuação só podia ser para a esquerda, foi por aí que enveredei. Achei estranho o aspecto das placas ter mudado e serem mais antigas, mas atribuí a isso talvez terem sido implementadas por outra entidade. Afinal continuava num trilho de GR e parecia estar tudo bem. Foi quando a rota se começava a afastar do rio que me questionei que talvez estivesse a ir na direção errada. Depois de reflectir e rever as fotos tiradas às placas nessa manhã, cheguei à conclusão que estava a seguir a GR-21 Rota das Aldeias do Xisto.

Sinaléctica em Janeiro de Baixo

Tinha de voltar atás e para encurtar a distância planeei uma rota por estrada até ao local onde julgava que tinha ocorrido o engano. Foram 2 horas queimadas. O meu palpite veio a confirmar-se. O poste que me tinha escapado era o de caminho correcto da GRZ.
Sabia que a GR-21 estava implementada em algumas zonas, como por exemplo na Ferraria de São João, mas não contei que estivesse aqui também. Bem, adiante...
Janeiro de Cima era o meu próximo objectivo. E não contava que houvesse duas opções para lá chegar. À entrada da ponte que dá para esta povoação, segui a placa que dizia GR-33 em vez da GR-33.3 , desconhecendo o porquê de haver duas continuações.

Qual escolher: GR-33 ou GR-33.3 ?

Segui alguns minutos por estrada de terra e depois comecei uma descida em direcção ao rio. Aqui existe um abrigo com bancos e mesa. Muito bom para um piquenique.

Descendo para Janeiro de Cima

Foi onde tive uma visão altaneira sobre Janeiro de Cima que me fez ficar em contemplação algum tempo.

Janeiro de Cima

Chegado à margem do rio, deparo-me com o seguinte cenário. Havia uma série de pilares de cimento em direcção à outra margem mas não havia ligação entre eles. Bonito!!! Toca a voltar a trás. Já sabem, nos meses de Inverno sigam a placa que diz GR-33.3 . Este foi o primeiro troço com alternativa que encontrei. Acho que se devem ao forte caudal que o rio tem nos meses de chuva. Melhor assim, a segurança em primeiro lugar. Não lembra a ninguém termos de levar um barco para atravessar um rio. 
Por incrível que pareça é isto que acontece na GR-38 Por montes e vales de Arouca onde na zona do vau só atravessamos o Paiva se tivermos um barco, o que me obrigou a fazer um desvio de 20km.
As paisagens da mais altíssima qualidade continuavam a suceder-se e pude avistar diversa fauna: garças, patos-bravos, corvos. Lontras é que nem vê-las.

Meandros do Zêzere



Na zona envolvente de Janeiro de Cima existe uma série de percursos parcamente assinalados e que partilham com a nossa Grande Rota. As aldeias de Alqueidão e Dornelas do Zêzere eram o meu próximo objectivo.


Da parte da tarde começou a aparecer-me uma dor no pé direito, mas que não me impedia de caminhar. 
Antes de chegar a Alqueidão passei por um dique magnífico pois nesta altura do ano o rio vai caudaloso e rápido para escoar as águas da chuva dos últimos dias.

Alqueidão já se avista (e o fumo das lareiras também)

Era com estas visões que terminava o meu 2º dia a pé pela GRZ. Contas feitas, tinha caminhado 29,4 km mas apenas 14,6 eram da GRZ. Espero que amanhã me corra melhor o dia.

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